sexta-feira, 27 de novembro de 2009

PSICOLOGIA NA BAHIA


O curso de Psicologia da Universidade Federal da Bahia, criado em 1968 pelo professor João Ignácio de Mendonça com a colaboração dos professores Manoel C. C. de Mendonça e Mercêdes Cunha, colaboração esta logo ampliada com a formação de uma equipe composta pelos professores Romélio Aquino, Caio F. Silva de Carvalho e Eduardo Saback D. de Moraes, contando com a participação relevante da Professora Carolina Martuscelli Bori.

Inicialmente foram oferecidos aos alunos os conteúdos de Psicologia Geral, envolvendo tópicos da história da Psicologia, conceitos, métodos, procedimentos e técnicas. Deveriam suceder a estes conteúdos aqueles referentes aos princípios básicos de aprendizagem descritos pela Análise Experimental do Comportamento, devidamente testados em laboratório (conforme exigência do Conselho Federal de Educação para reconhecimento dos cursos de Psicologia). Para tanto seria imprescindível a instalação do Laboratório de Psicologia Experimental nos moldes do que já havia na Universidade de São Paulo.

A Professora Carolina com suas experiência anteriores a implantação de laboratórios em São Paulo e Brasília, era a mais indicada para orientar a criação do laboratório . Inicialmente a Profa. Carolina providenciou a vinda do professor Mário Guidi, em 1971, para instalar o laboratório de Psicologia Experimental, nas instalações da antiga Faculdade de Medicina no Terreiro de Jesus. Eram alunos recém formados e altamente recomendados por professores do Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do campus de Ribeirão Preto da USP os primeiros docentes .

A Professora Carolina Martuscelli Bori, Em 1970 abriu com uma conferência a II Semana Bahiana de Psicologia, bem como foi escolhida paraninfa da 1a. turma de Psicologia da UFBA em 1973. Assim, ao longo dos anos, o quadro do Departamento de Psicologia da UFBA foi enriquecido com vários mestres e doutores formados no Departamento de Psicologia Experimental da USP, ou sob a influência de docentes desse departamento. Vários ex-alunos da UFBA,

que realizaram seus estudos de pós-graduação naquele departamento, encontram-se hoje trabalhando, em clínicas particulares, em agências estatais, e até mesmo em outras universidades, quer do Estado da Bahia, quer de outros estados do Nordeste.

A HISTÓRIA DA PSICOLOGIA NO BRASIL


A psicologia no Brasil obteve impulso inicial através de duas áreas do conhecimento: a medicina e a educação. A psicologia em termos institucionais se aproximou primeiramente da educação. A Reforma Benjamim Constant (1890) incorporou a disciplina de psicologia nos currículos das Escolas Normais (Soares, 1979). Isso foi importante para o desenvolvimento da profissão, pois deu início ao processo de institucionalização da psicologia no Brasil. A inauguração dos laboratórios de psicologia experimental na educação (1906) e a criação do código de ética (1975) se deu com a regulamentação e a criação de dispositivos formais. Deste ponto em diante a psicologia passa a ter um conhecimento próprio, institucionalizado e reconhecido, tornando-se detentora de um determinado mercado de trabalho, ainda que compartilhado com a medicina e a educação. Em 1906 foi criado no Pedagogium, acompanhando a tendência internacional - o primeiro Laboratório de Psicologia Experimental no Brasil. duas práticas que, posteriormente, se tornaram típicas do psicólogo: testagem e psicoterapia, explicado a partir da influência que a medicina, do início do século XX, em suas dimensões mensurativa, classificatória e adaptativa, exercia sobre a psicologia.O Decreto-Lei nº 21.173 transformou o Laboratório da Colônia de Psicopatas no Instituto de Psicologia da Secretaria de Estado de Educação e Saúde Pública.A Portaria 272, referente ao Decreto-Lei 9092, de 1946, institucionalizou, pela primeira vez na história brasileira, a formação profissional do psicólogo (Soares, 1979). A psicologia chega ao final da década de 50 como uma profissão detentora de uma formação profissional de nível universitário nos dois principais centros econômicos e políticos do país: Em 1966 – Iniciado o primeiro curso de Mestrado e em 1974 o curso de Doutorado (Biaggio & Grinder, 1992).No dia 27 de agosto de 1962 foi aprovada a Lei nº 4.119, que regulamentou a profissão de psicólogo. Também foi emitido, nesse mesmo ano, o Parecer 403 do Conselho Federal de Educação, que estabeleceu o currículo mínimo e a duração do curso universitário de psicologia.Em 1971, foi realizado o I Encontro Nacional de Psicologia,/S. P ;É importante observar que, embora seja preferida pela maioria dos psicólogos, o mercado na área clínica se encontra saturado. Frente a isto, outras áreas de atuação vêm se expandindo, como a psicologia da saúde, jurídica, do trânsito e do esporte.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Diferenças entre língua popular e língua culta

É possível identificar duas variantes básicas que, embora compartilhando o mesmo núcleo lingüístico, apresentam diferenças consideráveis quanto aos aspectos morfossintático, léxico e fonológico: a linguagem culta ou padrão e a linguagem popular. A primeira detém maior prestígio social, enquanto a segunda, de menor prestígio, é utilizada pelas classes populares e/ou nas situações sociais de menor formalidade. De modo geral pode-se afirmar que a variante padrão está mais relacionada às regras da gramática tradicional e aos exemplos da língua escrita literária, que são mais conservadores, enquanto a variante popular está mais aberta às transformações da linguagem oral.
Para representar essas diferenças nós estudantes da faculdade Castro Alves fizemos três entrevistas com pessoas de faixa etária diferentes (24,34,16)e escolaridade diferentes ( ensino superior, ensino ginasial e ensino médio) nessa entrevista foram utilizadas 8 perguntas que foram escolhidas pela professora Bianca para realização do trabalho, abaixo as entrevistas:

1ª entrevista:

Duração 5 minutos.
Data: 06/11/09
Informante: Dilma Faixa etária: 24 anos
Naturalidade: Salvador/BA
Escolaridade: Curso superior incompleto
Residência: Brotas
Residência fora de Salvador: Não
Profissão: Bancário
Estado Civil: Solteiro
Religião: Evangélica

Documentarista: Marcelo
D. Qual o meio de comunicação que você usa para se atualizar e obter informações do dia-a-dia?
I. Internet, por ser um meio de informação rápida
D. Você é religioso? O que essa instituição promove a você e a comunidade?
I. Sim, sou evangélica, ela me dá uma nova visão de mundo, é uma nova esperança de vida pras pessoas do meu bairro
D.Em qual ambiente de convívio e atuação você se sente melhor?
I. Faço parte de vários ambientes, faculdade, trabalho, instituição religiosa, me sinto bem em todas elas, mas a que me sinto melhor é a religiosa.
D. Qual seu papel dentro da instituição familiar?
I. Eu sou conselheira, sou amiga, sou irmã, e alem de tudo sou mantenedora da minha residência.
D. Os órgãos públicos de sua cidade satisfazem suas necessidades básicas?
I. Não, a necessidade é gritante, a demanda é alta pra pouca oferta, as pessoas não são bem tratadas, enfim a serviço público não atendem as expectativas do povo
D. Se você fosse líder em alguma organização, o que você transformaria em prol da sociedade?
I. Aproveitaria o trabalho social que as empresas fazem, investindo demasiadamente na educação, a educação é à base de tudo, um país educado é um país desenvolvido e evoluído
D.A sua empresa fornece curso de capacitação e / ou entretenimento para os funcionários?
I. Sim, varias vezes eu participei, quase que semestralmente
D. Você já sofreu algum tipo de preconceito dentro da instituição em que você trabalha? Se sim, qual foi sua reação?
I. Não, não sofri.
D. Obrigada.
I. Obrigado a você.

2ª entrevista:

Duração 5 minutos.
Data: 06/11/09
Informante: Luciana Costa Faixa etária: 34 anos
Naturalidade: Salvador/BA
Escolaridade: Ensino Fundamental II
Residência: Itapuã
Residência fora de Salvador: Não
Profissão: Doméstica Estado Civil: Solteira
Religião: Católica


Documentarista: Marcelo
D. Qual o meio de comunicação que você usa para se atualizar e obter informações do dia-a-dia?
I. Televisão, rádio, telefone.
D. Você é religiosa? O que essa instituição promove a você e a comunidade?
I. Sim, hum minha opinião é a seguinte é uma coisa assim, religião que agente segue, eu gosto muito, de vez enquando aos domingos eu vou e pela comunidade agente faz muitas coisa, também pelas pessoa mais fracas.
D.Em qual ambiente de convívio e atuação você se sente melhor?
I. eu pra ser sincera a você, eu me sinto melhor no ambiente de trabalho que eu me divirto, converso e com meus familiares não que agente briga muito.
D. Qual seu papel dentro da instituição familiar?
I. na minha,na minha opinião na minha família eu que cuido da minha casa eu que resolvo tudo cuido de tudo é sempre eu agora como tem meu marido é so nois dois que divide as coisas.
D. Os órgãos públicos de sua cidade satisfazem suas necessidades básicas?
I. não, não é o suficiente porque eles não melhora em nada a parte da saúde é horrível as criança sempre doente os idoso sempre doente, ficam na porta dos hospitais , acaba morrendo, nunca tem atendimento medico pra gente ai acaba acontecendo sempre as morte .
D. Se você fosse líder em alguma organização, o que você transformaria em prol da sociedade?
I. Eu comandaria a coisa da saúde pras criança, pros idoso, melhoria mais, “como é?”, Corrupção do mundo, entendeu e também melhoria mais as pessoas humildes que precisa mais da ajuda da gente
D.A sua empresa fornece curso de capacitação e / ou entretenimento para os funcionários?
I. Eu na casa de sua mãe aprendi muitas coisas, quando eu cheguei aqui eu não sabia fazer nada, aprendi a cozinhar, agora eu sei, não sei cozinhar igual a ela mais to chegando lá.
D. Você já sofreu algum tipo de preconceito dentro da instituição em que você trabalha? Se sim, qual foi sua reação?
I. Eu até hoje nunca sofri nada de cor de que eu so menor, pequena, humilde, pra mim até hoje eu nunca sofri nada em matéria de trabalho.
D. Muito obrigado Luciana.
I. Obrigada você.

3ª entrevista:

Duração 5 minutos.
Data: 06/11/09
Informante: Caique Berbert Pinto Faixa etária: 16 anos
Naturalidade: Salvador/BA
Escolaridade: Ensino médio
Residência: Itapuã
Residência fora de Salvador: Não
Profissão: Estudante Estado Civil: Solteiro
Religião: Católica


Documentarista: Marcelo
D. Qual o meio de comunicação que você usa para se atualizar e obter informações do dia-a-dia?
I. Bom é, normalmente eu uso a internet, que é o que eu... no meu dia-a-dia é o que eu mais uso, mais também tem ás vezes eu uso a televisão, é jornal muito raro eu ler que eu não gosto muito de ler né por enquanto é só TV e internet mesmo.
D. Você é religiosa? O que essa instituição promove a você e a comunidade?
I. Hum... Não, eu acredito em deus, más não gosto nem de ir pra igreja nem de ficar nesse lero ai e tal, só sou religião, tenho fé mais não...
D.Em qual ambiente de convívio e atuação você se sente melhor?
I. Bom é, cada ambiente tem sua situação né, tem minha família, meus amigos, na escola, todos os ambientes eu me.. Eu me dou muito bem né, com minha família, com meus amigos, na minha escola, todo mundo assim sempre interage muito bem comigo, eu gosto de todo mundo e então não tem na verdade um ambiente que eu prefira entendeu, cada um tem sua qualidade.
D. Qual seu papel dentro da instituição familiar?
I. é sô ...sou apenas dependente não tenho muito papel assim na família não.
D. Os órgãos públicos de sua cidade satisfazem suas necessidades básicas?
I. Bom, na minha opinião não, porque eu acho que os órgãos públicos estão muito precários assim sabe, em relação a saúde a.. Essas coisas assim, ta muito ruim eu acho que poderia melhorar bastante que a situação não ta muito boa não.
D. Se você fosse líder em alguma organização, o que você transformaria em prol da sociedade?
I. bom, se eu fosse líder eu transformaria xô ver... eu transformaria a rede de hospitais da minha população porque não ta muito bem servida a população em relação a hospitais ta muito precário isso, essa situação. Transformaria xô ver... a rede de transportes que ta ocorrendo muitas greves dos ônibus, o povo ta sendo muito prejudicado com isso, perdendo horários, entrevistas, concursos, provas de vestibular, tudo por causa desses conflitos ai entre governo e a rede de transportes...Eu acho que só, por enquanto só penso nisso.
D. Você já sofreu algum tipo de preconceito dentro da instituição em que você trabalha? Se sim, qual foi sua reação?
I. Bom, não, na minha escola como eu estou lá a muito tempo todo mundo assim gosta de mim, entendeu, então não tive nenhum tipo de preconceito, nenhum tipo assim ... sei lá , nenhum tipo de discriminação. Todo mundo lá é muito amigo, todo mundo simpatiza um com o outro, então não tem relação nenhuma assim de conflito e discriminação lá no colégio.
D. Muito obrigado caíque
I. Valeu, brigado.

A entrevista foi feita com diferentes idades e níveis culturais, notamos alguns erros na concordância, gírias , e erros de português , percebemos também que as variantes lingüísticas tem uma série de fatores que fazem essa diferença, tais como: classe social , faixa etária, modismos , entre outros, percebemos que o modo de falar não é igual ao modo escrito onde na escrita existe uma norma padrão e na fala isso não acontece.

Abaixo, Videos referente as entrevistas acima.
Entrevista 1:http://www.youtube.com/watch?v=zCTGXVzfQag
Entrevista 2:http://www.youtube.com/watch?v=l5e5VxuyNUQ
Entrevista 3:http://www.youtube.com/watch?v=tbWYTR4KAE

Texto Ilustrativo com base no CAPÍTULO I do LIVRO RAÍZES DA PSICOLOGIA e sua relação com o FILME A FÚRIA DOS TITÃS


Izabel Freire, no livro As raízes da Psicologia, capítulo I, trabalha as influências de alguns filósofos pré-socráticos, na cidade da Grécia, dentro de um período chamado cosmológico, por volta do século VI a.C.. A preocupação nesse período era entender e explicar o cosmo e sua relação com o universo.
No período cosmológico alguns filósofos pré-socráticos preocupavam-se em entender e explicar o cosmo e sua relação com o universo através de elementos mais simples. Acreditavam que tudo que era complexo fazia parte do mundo das aparências e que o mundo só seria compreendido se conseguissem encontrar a unidade ou o elemento mais simples do universo. Essa nova maneira ou método de buscar a verdade, através desses elementos mais simples na fonte dos mundos, das estrelas, dos planetas, dos homens e dos animais, recebeu o nome de elementismo, atomismo e monismo, defendidos por alguns filósofos pré-socráticos e que estão aqui relacionados com o filme - Fúria dos Titãs, filme de Ray Harryhausen.
Fúria dos Titãs é um filme que retrata alguns dos princípios da visão cosmológica, os quais se encontravam na natureza (água, sol, ar e terra), nos seres mitológicos, em suas crenças e histórias miticas, onde as narrativas explicitavam o envolvimento, manipulação e poder de um Deus, todo poderoso, chamado Zeus que junto a outros Deuses decidia sobre os acontecimentos terrenos, assim como todos seus habitantes.


Tales de Mileto (640-548aC) - Preocupado com as transformações das coisas, buscou um princípio único ou fundamental que permanecesse estável, mesmo com as mudanças, elegeu a água como elemento principal porque nutre e está contida, em alguma proporção, em todos os seres vivos.

O elemento água está representado miticamente no filme pelo pai do mundo “okeanos” que demonstra como sua força é capaz de destruir aqueles que quebram a ordem estabelecida. Zeus ao saber da atitude do Rei Acrisio, que com ciúme de Zeus, determina que sua filha Dânae e o seu neto Perseu fossem encerrados numa urna e lançados ao mar. Zeus ao saber da ação de Acrisio determina a Poseidon destruir a cidade de Argos, reino de Acrisio, com a ajuda do titã Kraken, um monstro marinho que habitava (preso), no fundo do oceano. Ninguém foi poupado. Esta passagem do filme está representando psicologicamente no filme como a busca do autoconhecimento. Ir às profundezas e abrir portas para conhecer nossos mais temerosos monstros (raiva e medo) e aprender a lidar com eles.


Heráclito (540-475aC): dava mais ênfase ao processo, à dinâmica e não ao elemento estático. Para ele “tudo no tempo se transforma em seu oposto”. Encontra no fogo o elemento básico do universo, sendo este o agente de mudança, pois não encontrava no universo nenhuma substância duradoura. Contribuiu para a psicologia no sentido de lembrar sempre ao psicólogo que ele não trabalha com unidades fixas, mas sim com elementos mutáveis.

No filme, está representado por Perseu quando foi atrás de seu destino ou seja em busca da conquista do trono de Argos e de seu amor, Andrômeda. Para isso, enfrentou corajosamente e protegido pelo Deus do Olimpo, Zeus, diversos perigos em diversos estágios


Pitágoras (570-496aC): Considerava o número como a essência permanente do mundo e esta se encontrava no princípio matemático. Para ele caberia ao estado o poder supremo de orientar a educação, assim seriam mantidas a ordem do universo e a ordem social, conceito de harmonia central que ele aplicava à vida humana - harmonia entre o corpo e a alma; harmonia de pais e filhos, de família e estado e de estados entre si. Na psicologia o uso desses métodos quantitativos foi um dos fatores decisivos para fazer dela uma ciência.

Pitágoras sustentava a existência de uma alma imortal, distinta do corpo e no qual se encarnava como em uma prisão. Essa alma imortal é retratada no filme nos desdobramentos de Andrômeda enquanto dormia e era levada em uma gaiola por um abutre gigante para encontrar-se com Galibus.

Anaxágoras (499-428aC), Dizia que tudo está em tudo, pois em cada coisa há uma parte de todas as outras. A união desses elementos seria um ato da razão divina. Admitia a existência de uma diversidade de elementos, as sementes que trariam em si o germe das coisas. Essas sementes estariam contidas no magma original, separadas por uma inteligência ordenadora. A sua contribuição para a psicologia moderna está no fato de ter dado atenção ao processo psicológico enquanto protestava contra o reducionismo e elementismo. A valorização dada, por ele, à disposição e ordem dos elementos no todo, são aspectos que posteriormente fundamentarão a Gestalt – Escola das Psicologias, Séc. XX.

Esse pensamento pode ser relacionado com a existência de uma força superior e transcendente onde os deuses aparecem nas figuras de Zeus, Hera, Afrodite, Diana, Tetis e Poseidon com poderes sobre-humanos e que podiam manipular e determinar o destino dos mortais.



Demócrito (460-370aC): Considerava que o universo era constituído de átomos materiais indivisíveis, que se distinguiam pela forma, pela ordem, tamanho e posição. Atomista, elementista, reducionista e determinista considerava que os pensamentos e as ações humanas bem como todos os acontecimentos de sua vida eram determinados por agentes externos - de forma tão rígida como o curso das estrelas. Para ele a natureza se explica por si mesma. Através da diferenciação da quantidade dos movimentos dos átomos, Demócrito desenvolveu a primeira psicologia materialista lógica, distinguindo o psíquico do físico.

Demócrito inspira nos personagens míticos do filme onde é encontrado a sua expressão e os seus destinos no determinismo. Danae, filha do Rei Acrisio é condenada à morte em função de suas ações, determinada por seu pai (um agente externo); Galibus, filho de Tétis, era noivo de Andrômeda e foi punido por Zeus pelo seu temperamento destruidor e por ter matado sua manada de cavalos alados, dos quais só restou Pégaso. Por conta desses acontecimentos Galibus foi transformado em um pária e obrigado a morar em um pântano. Tetis, mãe de Galibus, sentiu-se injustiçada e como não podia vingar-se de Perseu que era protegido de Zeus, lança uma maldição para Andrômeda não casar com homem nenhum

A partir da compreensão do texto sobre o período cosmológico e do filme Fúria dos Titãs podemos considerar que o período pré-socrático foi representado por filósofos que buscavam entender e explicar o cosmo a partir dos elementos da natureza. Essa busca deu início a uma nova forma de o homem pensar, ou seja, passou a se observar e a questionar sobre o princípio e a lei que regia o universo até então.

Fazendo uma analogia ao filme Fúria dos Titãs podemos relacionar a passagem desse período com o questionamento e preocupação, em perder o poder ora regido pelos deuses, através da fala de Hera “...e se a coragem e a imaginação se tornarem comuns entre os mortais”

Diante desse cenário, concluímos que os processos psicológicos evidenciados pelo homem na sua relação com os deuses e seres mitológicos, foram apropriados pelas ciências psicológicas porque foi percebido que o mito continua em nosso imaginário, uma vez que a linguagem não consegue dar conta de todas as nossas necessidades de expressão.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009


Entrevistas sobre a Reforma Psiquiátrica no Brasil.


As entrevistas têm como objetivo ouvir as opiniões de profissionais especialistas dos ramos de psiquiatria, psicologia ou outro na área de saúde, entendendo um pouco mais a respeito da Reforma Psiquiatria, assim como, está o olhar desses profissionais em relação aos internamentos e acompanhamentos tantos da parte profissional como dos familiares das pessoas portadoras de transtornos mentais.

Marcio Pinto Ribeiro - Médico Psiquiatra - 34 anos, atua Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro e consultório particular desde 2002; afirma gostar muito da sua profissão, do que faz.

Monique Araújo de Medeiros Brito - Psicóloga, Sanitarista, Especialista em saúde mental - 23 anos de idade; trabalha há dois anos trabalhando no CAPS - Centro de Atenção Psicossocial e Clínica – afirma gostar muito da sua profissão, do que faz..

No projeto da Reforma Psiquiátrica, tem como premissa alcançar o horizonte democrático e participativo do Ser Humano na sociedade.São protagonistas deste processo os gestores do SUS, os trabalhadores em saúde, e principalmente os usuários e os familiares dos CAPS e de outros serviços substitutivos. Trata-se papéis insubstituível. O processo da Reforma Psiquiátrica, somente é exeqüível com a participação ativa colaboradores na construção dos modos de tratar e nos fóruns de negociação e deliberação do SUS e conseqüentemente como parceiro patrocinador o Governo Federal e os demais governos: Estadual e Municipal. Principal desafio para o processo de consolidação da Reforma Psiquiátrica Brasileira é a formação de recursos humanos capaz de superar o paradigma da tutela do louco e da loucura. Exige este processo cada vez mais da formação técnica e teórica dos trabalhadores, muitas vezes desmotivados por baixas remunerações ou contratos precários de trabalho. Várias localidades do país apresentam muitas dificuldades para o recrutamento de determinadas categorias profissionais, geralmente formadas e residentes nos grandes centros urbanos.Dr. Marcio Pinto Ribeiro conclui:"Ainda há muita precariedade, mas, no Rio de Janeiro, considero o atendimento em saúde mental, tanto para os pacientes como para os familiares, bem melhor do que em outras áreas da saúde pública. Isso não significa que está bom do jeito que está, mas somente que é uma boa semente plantada, que está a crescer.A Psicóloga Monique Araújo de Medeiros tb conclui:"Como disse anteriormente, infelizmente o recurso da internação ainda é bastante utilizado. Em parte, por dificuldade e falta de disponibilidade dos profissionais para lidar com a crise, em parte por falta de serviços como um CAPS III que funcionem aos finais de semana e durante a noite.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Resenha Critica Filme “O Nome da Rosa”


O filme “O nome da Rosa” baseado no romance do escritor Italiano Umberto Eco, retrata a historia de vida de um monge chamado Wiliam de Baskerville (Ator Sean Connery) e um noviço Adson de Melk (Ator Christian Slater) em um mosteiro, no período da idade média, ano de 1327, focalizando a ascensão do Cristianismo. Os mesmos foram encaminhados para este mosteiro na Itália para investigar contra algumas misteriosas mortes, denotando um aspecto sobrenatural, mas sendo diagnosticado posteriormente como uma explicação humana. Neste período teocêntrico a ideologia era que Deus ocupava o centro do universo, os religiosos lutavam contra o paganismo, as heresias, as bruxarias, as descrenças dos infiéis e defendia os dogmas cristãos, conciliando o saber e a razão com a fé cristã, baseados nos ensinamentos da escritura sagrada (A Bíblia).

O contexto histórico desta época denota os conflitos europeus, a hegemonia da Igreja Católica, história de homens dedicados Igreja, luta contra os Infiéis e massificação da luta contra o pecado e o sentimento de culpa devido alguns representantes do Clero dar vazão às libidos carnais, punindo-se com sacrifícios e castigos físicos em tentativas de purificar o corpo e espírito.

O Filme evidencia que as mortes são o resultado do dogmatismo religioso de um monge, decidido a impedir que um livro julgado na ocasião perdido, do filosofo grego Aristóteles, fala sobre o riso possa ser


conhecida da população. Neste Ínterim o Monge superior, mentor e executor das mortes tentam justificar esta conduta alegando que o

Monge não deve rir de coisas sem sentido, buscando sempre o silencio e jamais falar o que pensa, caso não seja questionado. Ao desvendar o mistério destas mortes O monge Baskerville, tenta se livrar de acusações, arriscando sua própria vida em nome da verdade e cultura.

Em suma O filme “O Nome da Rosa” é revelador dos pensamentos radicais católicos que prevaleceu durante toda a Idade média, denotando a discussão de que a maior parte dos crimes que assolam a humanidade tem por base o dogmatismo e a intolerância de quem pensa ter o monopólio da verdade e o direito de impor aos outros sua verdade, buscando ocultar o conhecimento visto como uma ameaça potencialmente perigosa a existência da supremacia Cristão/ Católica tendo esta dominação durante longos séculos.

O próprio título “O Nome da Rosa” é uma expressão criada na idade média para denotar o infinito poder das palavras. A palavra é dotada de uma essência, tem caráter Universal, é imortal, ao mesmo tempo em que transitória e passageira, como uma rosa. O Curta não agrada aos católicos conservadores, mas exemplifica ricamente o período Teocêntrico e o pensamento do Homem da Idade média.

RESENHA CRÍTICA SOBRE O DOCUMENTÁRIO “NÓS QUE AQUI ESTAMOS POR VÓS ESPERAMOS”


O documentário “NÓS QUE AQUI ESTAMOS POR VÓS ESPERAMOS”, evoca memórias do século XX. O diretor Marcelo Masagão apresenta um filme diferente dos demais, onde as pessoas permanecem caladas do início ao fim do filme, não trocam palavras, não há diálogo e nem depoimentos dos interlocutores, o documentário é feito inteiramente a partir de imagens de personagens vividos nessa época e fatos ocorridos durante o século XX e o único som que se ouve é a música de Wim Mertens , alguns ruídos e silêncio.
O que chama a atenção neste documentário são os acontecimentos históricos ocorridos durante essa época onde uma luta entre a vida e a morte é travada. O autor dessa obra retrata o mundo passando por guerras, a vida e a morte sendo banalizada trazem à tona lembranças de episódios que marcaram e chocaram a época como a queda do Muro de Berlim, a Revolução Cultural na China, a extração de ouro em Serra Pelada no Brasil, fome, guerra, solidão, destruição de famílias, ilusão.
Faz uma interação entre o comportamento das pessoas na sua maioria anônimas e algumas personagens que se tornaram ícones para a construção da história dessa época em que grandes conflitos foram gerados causando mudanças e permitindo-lhes que os seus sonhos fossem interpretados, mudanças na forma de se comunicar, após a invenção do telefone e da energia elétrica. A independência feminina evolui e as mulheres ganham espaço no mercado profissional se soltando das correntes que a prendiam ao lar deixando de ser simples donas de casa, Masagão cita um trecho dessa evolução “as garotas trocavam o corpete pela máquina de escrever”, mostrando que as diferenças sociais e culturais é uma chave de acesso às experiências que servem de alternativas à tendência comportamental seja de conformação ou de revolta.
A imagem de um cemitério finaliza o filme e a frase em cores, (todo o filme foi rodado em preto e branco) “NÓS QUE AQUI ESTAMOS POR VÓS ESPERAMOS” traz diversos significados, e mexe com o imaginário das pessoas e nos leva à reflexão de que muitos sonhos foram desfeitos, ao atravessar esse período de sacrifícios e nos transporta àquele mundo e a nossa emoção aflora nos ajudando a entender melhor cada detalhe dessa história que para alguns não tiveram um final feliz e outros se realizaram conquistando espaço e descobertas, mas certamente todos tiveram o seu grau de importância e valorização, restando somente as suas respectivas histórias que serviram de base para a construção desse rico filme-documentário.